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A Era das Máquinas

O Edifício dos homens está pronto. Uma nova era se aproxima. Grandeza, fartura, conforto. Toda a caminhada dos homens, com suas cargas pesadas – riquezas, histórias, esperança – sobre seus nobres ombros está para terminar. De um planeta virgem e sem controle, regido apenas pelas leis do mais forte, o homem domesticou o ambiente e sua imagem e semelhança. Organizou o caos e produziu riquezas ao custo do suor e do sangue de si próprio. Venceu. Neste píncaro, resta apenas distribuir as riquezas acumuladas. Os carregadores baixam seus pesos e estão ávidos pela riqueza da carga, que produziram e conduziram com tanto esforço na caravana humana.



A expectativa é alta. Dentre as riquezas produzidas está a possibilidade de ter máquinas com inteligência, força e habilidade para prosseguir com o trabalho humano de modo ainda mais preciso e rápido. Humanos, em sua trilha de desenvolvimento, tornaram-se obsoletos, pois as máquinas chegaram. Quem sempre controlou o caminho, controla hoje as máquinas e agora já não precisam de seus carregadores. Precisa apenas da riqueza acumulada e do planeta. A divisão será mais gorda e o planeta também poderá descansar. Quem sobreviver viverá mais e melhor.



Sob a égide do mais forte, aos poucos, os carregadores serão dispensados. Doenças, guerras, conflitos urbanos, desastres, velhice ou exílio para algum aglomerado subnormal. Nem saberão como suas cargas serão aliviadas. Nem se recordarão de como contribuíram para a riqueza da humanidade. Apenas seus ossos restarão sem nenhum gesto de gratidão ou de lembrança. Será o fim dos homens e as máquinas aparecerão como os novos servos dos velhos controladores da Terra. Desta vez, sem histórias e sem esperança.



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